quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pes no tablier, sol na janela, mar no cabelo.

Agora descalco os chinelos com areia. Lavo o cabelo salgado, a pele seca do sol.

Agora sim, passados 6 meses, cheguei a casa.


Ao som de: Karen Dalton - Something on your mind.

sábado, 18 de julho de 2009

O'questrada

Hoje, ainda não se escreve... Mas lembra-se... Com um sorriso.


O'questrada - Se esta rua fosse minha.
Concerto @ FMM Pôrto Côvo

quarta-feira, 1 de julho de 2009

José González

Hoje ouve-se...




Porque morro de Saudades da Suécia. Porque sei que por esta altura os meus amigos se encontram, ouve-se música em parques, se fazer pic-nics, se anda de bicicleta, se vêm pôr-de-sois. Porque tenho saudades de ter calma. Saudades de gostar de estar sozinha, do silêncio, de lagos, de inspirar fundo, de apanhar maçãs, de ter tempo e pés nos pedais. E tenho saudades de casas de papel de parede às flores e plantas nas janelas.

Porque o José González me lembra tudo isso. Para além de ser dos meus cantores preferidos, ser Sueco. Mostrar que não é preciso levantar a voz para sobressair. Que não é preciso espetáculo para impressionar. Mostrar que ser simples, essencial, pode ser muito mais profundo que uma multidão exuberante. Less is more, ensinaram-me.

Quero tanto voltar...

sábado, 27 de junho de 2009

Aqui nasceu a côr Azul

... entre a serra da Arrábia e o rio...

Imagens da minha terra, para ficarem a conhecer. É bom estar em casa também.

Convento da Arrábida

Praia dos Coelhos

Vai uma visita?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os enraizados

foto em Olhares
Somos feitos de sal, somos feitos de terra. Tão rudes, em pregas, em rugas. Nos pés: raízes e calos, nas mãos: ramos e cascas. Somos nós, feitos de mar. (Observo as gentes que passam: um homem carregando enxadas, outro percorrendo a estrada de bicicleta, lá ao fundo um tractor, e uma mulher levantando um pesado carrinho de mão com hortaliças – são todos velhos). Somos todos velhos. Nascemos com 1000 anos. Com a idade das pedras das igrejas. Mas, tal como as pedras, resistimos aos séculos. O homem tem mais força, a espinha mais robusta, os braços mais duros, que qualquer jovem de agora. A sua pele é já cabedal. Os olhos são mais pequenos e fechados, contra o vento e a chuva.

São os enraizados. Aprenderam, há muito tempo, a ser mais parecidos com as árvores que com as aves. Aprenderam a olhar para baixo, a ser escuros, mas, ainda assim, ser os grandes senhores desta terra. A tristeza não os deita abaixo, a solidão não os leva. Parecem aceitar todas as leis da vida como as leis da natureza. Como a chuva e o sol. E, de certa forma, isso parece conceder-lhes mais respeito do mundo que eu alguma vez possa receber.

Depois, vem a nossa geração, a seguinte: As gaivotas. Descolamos da terra e vivemos só para nós. Preocupamo-nos com todas as ninharias. Voamos bem alto, longe da realidade, apesar de acreditarmos que vemos mais. Somos todos, sempre, jovens. No entanto, por vezes, duvido da nossa força para enfrentar o mundo,

quando vejo aquela velhinha a passar na estrada, carregando um grosso fardo de hortaliças.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

João Gilberto

Hoje ouve-se...



Um dos meus ídolos desde pequenina. As suas músicas têm das letras mais bonitas que alguma vez ouvi, e a capacidade de me transportar no tempo, no espaço, nas emoções.

Apetece uma noite de Verão, um terraço, uma caipirinha, uma boa companhia.

Apetece-me... ai!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tingsek

Hoje ouve-se...

Tingsek:


É de Lund, uma vila linda pertinho de Malmö, onde fica a universidade mais antiga da escandinávia.

No vídeo, Malmö! A estação de comboios e o autocarro que eu tantas vezes costumava apanhar... engraçado, hein?

Paixão

Fim de tarde em Estocolmo...

Andamos pelo mundo, correctos, ordenados, previstos.
E aí, vem a paixão, e tira o sentido a todas as coisas.

Ou será que... dá sentido?

"(...) A tua e a minha ausência , disfarçou o vaticínio e fez com que
repudiássemos, repelíssemos, arredássemos
e foi então que negámos, magoámos, esquecemos.
mas na certeza sempre, que trouxeste a magia no teu olhar."

de Bruno Zimmer


Ao som de: Micah P. Hinson - Dont you forget

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que haverá em comum...

... entre estes indivíduos?

Foto tirada depois de um fim de semana inteiro a tentar apanhar a Sueca.

E outra pergunta pertinente: Mas afinal quem é a Sueca?

Gostei de estar convosco! É bom saber que algo ficou desta aventura...

domingo, 14 de junho de 2009

Andrew Bird

Um pouco viciada...




Esteve cá.... e não o fui ver o garoto! :(

sábado, 13 de junho de 2009

Santo António


Faz um ano que ali estive com elas, e ontem, convosco. Na rua das Laranjeiras. Com uma cerveja na mão e Bob Marley no ouvido, no ar o fumo e as cinzas, cheiro a sardinha e mangericos.

E depois, um jantar me faz sentir que, por muitos anos que passem, há algo que vai permanecer para sempre igual. Até era capaz de acreditar que, pelo menos durante essas horas do dia 12 de Junho, iremos ter eternamente 20 anos.

Da rua da Bica à Graça, sobe sobe, pára, bebe, canta, sorri, encontra, desencontra, suspira, dança.

E não queria estar em mais lado algum a não ser ali.

Na minha imperfeita Lisboa. Vivida, suada, pintada de todas as cores.
Na minha apaixonada Lisboa...



Ah... e... o grandioso final:



sábado, 6 de junho de 2009

Sobrevivo


Nos dias passados e futuros a minha casa é este edifício que me viu crescer durante 5 anos. Finco pé nas obrigações há muito adiadas. É tempo de acabar, e seguir em frente. Contos e contas. Uma experiência já distante, há muito tempo, Singapura.
Agora é preciso tranpor o deslumbramento de um primeiro passeio no porto numa tarde solarenga, o Esplanade: a grande casa de ópera em forma de durian (um fruto grande e malcheirosos, proibido em quase todos os lugares do país), os centros comerciais intermináeis, as coisas e coisas imitadas, fabricadas (uma floresta tropical fabricada!), o clima quente e húmido, as nossas noites de música ao ar livre, numa esplanada entrelaçada em lianas, os cheiros peganhentos a fruta, a pequena Índia, o bairro árabe ...em números e conclusões económicas.

Uma tese sobre o sistema de saúde deste país tão estranho em todas as suas coisas, tão exótico, tão ocidental, tão cópia, tão incrível.

Sobrevivo aqui agora, neste espaço de luzes néon.

Mas, se fechar os olhos, ainda lhe consigo sentir o cheiro...

Ao som de: Fleet Foxes - He doesn't know why

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A lembrar a sintonia

Essa Sintonia.

Seria capaz de acreditar que todas as leis do universo conspiraram para que, no mesmo segundo milimétrico do tempo, entedêssemos o mesmo. Uma nova lei de telepatia, que atravessa fronteiras e todas as velocidades, todos os comprimetnos de onda, todas as regras do tempo.

Sintonia é entender-me através de alguém. Sem falar, já ouvi a resposta. Sintonia é o telefone que toca quando eu precisava. É a pergunta certa que me acorda para o mundo, são experiências tão iguais, partilhadas, vividas em lugares tão distantes. Sintonia é o cruzar de vidas como pólos de íman, uma atração instantânea. Gente e gente que se une na mesma frequência.

Numa manhã bem quente, o Adamstor e um café. O rio Azul, Azul. As perguntas de sempre. Mas hoje, sintonia. Hoje todo o universo encaixou para me responder. Até agora tinha estado à espera.

Faz um ano toda esta experiência. A melhor prenda que tive foi a sintonia. Entre a terra, o coração, os amigos.

O segredo da felicidade!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Viaja...

"Viaja dentro de ti mesmo, e lembra-te que lá estiveste."
Provérbio Finlandês

Fazemos planos, tantos planos...

"A vida não é uma fotografia, em que preparamos as coisas para que fiquem bem e em seguida fixamos uma imagem para a posterioridade; é um processo sujo, desordenado, rápido, cheio de imprevistos. A única coisa certa é que tudo muda.”

Isabel Allende - A soma dos dias

domingo, 17 de maio de 2009

Sê todo em cada coisa

"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."
Fernando Pessoa

Ontem dei por mim a andar nas ruas e a olhar para cima. Talvez tenha sido isso que se tranformou, a minha forma de ver. E ao descer a rua descobri que morava bem pertinho da casa onde nasceu o Marquês de Pombal.

Foi assim que , apesar de uma certa melancolia de não estar em outro lado qualquer, deixei que Lisboa se abrisse com as suas tardes de sol e rio, praças e ruas cheias de gente. Abri o mapa e vi o que acontecia. Concertos, desfiles, exposições. Um pulinho no museu do Chiado, um desfile de moda no São Carlos, comprar um Livro na casa do Fernando Pessoa, falar com pessoas na rua, rever amigos, jantar na esplanada, correr a calçada.

E assim o meu dia encheu-se de pequeninas coisas. Ao terminar, passo por uma parede com essa frase do Fernando Pessoa, talvez um conselho, talvez seja a altura de parar de questionar, e começar a tentar...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tête à tête

Malmö

"Não é o sol que me aquece.”, disse-me ela. Já tinha pensado nisso, era mais uma coisa que tínhamos em comum. O facto de termos, noutros tempos, em outros lugares, partilhado algo. Pelo facto de termos existido algures noutra realidade que parece um sonho, e agora, aqui, voltadas, regressadas, inesperadamente mudadas. E numa tarde de café, esta conversa comum, entre decisões inconscientes que nos transformam o rumo da vida em segundos. Em Lisboa, um sol ofuscante, um dia quente de início de Primavera, o parque do Estádio Universitário com árvores verdes e cheiro a ervas estaladas do sol. Não queremos estar aqui. Lembramo-nos de uma outra inocência, uma alegria e vivências autênticas. Os nossos instintos mais primordiais, mais despertos, os olhos mais brilhantes, e atentos. E achamos que as ruas de Copenhaga num dia de chuva eram mais coloridas que este parque ofuscado pelo sol. Não entendemos o nosso fado: o privilégio de estar, nesta altura, no cantinho mais abençoado do mundo, e ainda assim querer trocar tudo por um dia de chuva, um dia de neve, e meses e meses sem a luz do sol. " Não é o sol que me aquece". É verdade. E hoje, medem-se os sacrifícios, traçam-se planos, pondera-se entre o passado e o desconhecido, reconhecemo-nos uma na outra e percebemos que, cá dentro, houve algo que mudou, e voltámos com mais uma característica: a capacidade de aquecer com o gelo.


…à Ângela.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A meio...

Estocolmo


O dia de hoje pôs-se numa côr diferente de ontem. Em 24 horas a minha paleta tornou-se de meios tons. As cores dissolveram-se em branco para eu pintar um novo mundo, uma nova cidade, novas pessoas. Ou, simplesmente, a mesma cidade, mundo, pessoas, mas vistas a outra luz na minha vida. Em 24 horas voltámos a ocupar novos lugares no tabuleiro. Recomeçámos o jogo. E agora, entre a sorte e a perícia, resta-me jogar. Com a toda a arte e o sonho de quem acredita ganhar.

Ao som de: Antony and the Johnsons - The Lake

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Going to war?

Fazemos os nossos planos e crescemos...
Crescemos e fazemos os nossos planos...

Mas os planos de ontem não são já iguais aos de hoje.

Ser artista de rua...
bailarina
pintora
poeta...

Os planos de hoje passam por ser gestora de uma empresa de engenheiros nos arredores de Lisboa...

Podemos aceitar outro rumo e ainda assim sermos fiéis aos nossos sonhos?

Em tempos mais difíceis... ir à guerra?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Trocar o certo pelo incerto

Viagem Malmo-Estocolmo com Isabelle: origamami, mapas, papelinhos...


... tinha sido a minha vontade desde sempre. Arriscar.


Trocar o certo pelo incerto...
o estável pelo inconstante,
o calmo pelo desafiante,
o tranquilo pelo aliciante,
a serenidade pela emoção,
o realismo pelo impressionismo,
os números pelos instintos,
as raízes pelas asas,
a cabeça pelo coração...

E hoje surge-me a dúvida de novo, bem de frente a mim.


Mas desta vez, perante a escolha, como nos últimos tempos, pondero pelo certo.

... estarei a envelhecer?

... ou estarei, temporariamente, desiludida com o mundo?



Ao som de: "Camera obscura: Tears for affairs"

terça-feira, 14 de abril de 2009

Vidas alternativas

Bonequeiro
Disse que se chamava Carlos. Esse nome tão simples como a sua expressão, como os olhos sorridentes e as roupas que vestia. Talvez tenha sido com essa simplicidade que também se deu a conhecer, que se aproximou apenas por isso, por falar. Numa amizade instantânea. E foi entre passos de forró e samba que se foram trocando estórias. Porque afinal estávamos no Brasil, e fazia calor, e dançava-se, até cair, até depois de cansar, já que depois do cansaço vem uma alegria inesgotável. E aí è tempo de continuar, continuar com as conversas, com os risos, com os encontros, deixando-nos levar, efémeros, como vento. Por entre gente e mais gente. Encontrar pessoas do mundo, holandeses, argentinos, um alemão que viveu em Manaus e fala “brasileiro” que se junta aos nossos passos até chegarmos a um pequeno bar hippie, de palha, chamado “fortaleza do Cachorro da Mão Quebrada” onde fomos enfeitiçados com a voz suave de uma linda rapariga argentina a cantar o reggae mais envolvente que já ouvi, até o sol nascer, sentados no chão.

Mais encantadora terá sido a sua história: há 11 anos atrás deixou a sua terra natal, Bogotá, Colômbia, e partiu. De bicicleta. A América do Sul, 11 anos, 20.000 quilómetros. Do mundo, não pediu sofregamente: O dinheiro para viver, muito conhecimento. Tentativas de viver uma vida “normal”, informática e psicologia. Mas de novo arrastado para lutas sociais, o “movimento dos sem terra”, o teatro de bonecas que fazia pelas cidades, mais tarde abandonado, e, porque são mais leves, os brincos e anéis que passou a vender de praia em praia.

Foi com ele que soubemos que a Punta del Este, no Uruguai, é um dos melhores locais para vender artesanato, que se dança mais tango no Brasil que na Argentina, que música oficial do estado do Maranhão é o reggae, que com o pico de inflação Argentina se criou um mercado sem Moeda em Buenos Aires, onde tudo funcionava por trocas e operaram as leis mais primordiais da economia, e que há comunidades no Brasil deliberadamente isoladas, onde os habitantes se recusam a viver com ligações à civilização, nem mesmo medicamentos, onde as crianças podem morrer de constipação, e que, todos os anos, todas as comunidades se encontram num grande evento no Brasil, a ENCA (Encontro Nacional de Comunidades Alternativas), e que é tão fácil apenas ir, apenas chegar. Que é só isso. E sem sair do chão, acabámos por viajar por lugares tão belos e místicos como o seu nome: Jericoacara, Paraty, Bogotá… E já não sei se quero partir, se quero ficar, se quero fugir…

Mas, com a mesma simplicidade, ele lá partiu na sua bicicleta, para um dia reaparecer da mesma forma numa rua de Barcelona, de Milão, de Ljubljana, de Évora, ou qualquer estrada ou monte até todos perderem o nome e serem só parte de um mundo que não é América, não é Ásia, e é apenas a mesma memória de uma grande estrada que se conhece do princípio ao fim.


Bookshop
Depois de algum tempo passar, porque o tempo não interessa ali, ali tudo é eterno como as palavras e as obras, lá nos olhou de novo. Com a frase à porta dizendo “O difícil é aprender a ler, o resto está escrito”, substituindo um antigo “Na dúvida, não entre” não fingia o seu desinteresse pela opinião dos outros. Ela vive apenas para as palavras. O Napolitano já tinha resolvido sair e parar de se gabar dos seus intelectualismo e bom gosto literário e deu-nos oportunidade de falar um pouco com ela. Tivemos sorte porque gostou de nós. E sei que gostou porque não nos respondeu torto, como não teria qualquer problema em fazer, se achasse que a estaríamos a empatar. Tirei-lhe umas fotos à livraria para oferecer à Paula. Eu sei que, se ela realizasse o seu sonho de abrir uma livraria feminista, sairia algo assim. Agora só falta mandá-las no correio para a Suécia.

Orgulhosa, contou a sua história. “Cheguei a Pipa apenas com 10 livros, há 10 anos, tudo o que tenho ou foi dado, ou trocado”. E hoje tem uma livraria lindíssima num dos recantos da vila. Vive lá, num sofá, com sua gata, que não está habituada ao carinho. Os livros, podemos alugar, comprar trocar, ou negociar.

“Visita o meu blogue” Disse ela, orgulhosa. Fiz um filme do incêndio que tivemos na livraria. Chama-se “arte em chamas”. E riu-se, da ironia do título.

10 reais cada livro. Escolhi dois. Ma só depois percebi que só tinha dinheiro para pagar um. “Está louca? Leva os dois livros sim. Depois me paga.” “Mas eu só devo volto daqui a um ano!”, “Não faz mal, depois traz-me um Livro.”

Estrela
O seu amigo tinha apanhado um peixe gato gigante: um homem de rastas e orelhas furadas. Na areia escaldante e peixe morto na mão. Aproveitou a deixa do nosso olhar para nos mostrar a sua arte. “Nós não temos dinheiro. Isto é tudo o que temos: 30 cêntimos”. E quase a cantar, nos largou uma lengalenga.

"Então eu vou fazer algo para vocês. Eu sou do Chile e sou vagabundo. Corro o mundo só eu e eu. Para nunca mandarem no que está cá dentro (apontou para a cabeça). Tinham coragem de largar assim, largar tudo? (fez uma estrelinha em arame em três tempos). Quando olharem para isto, olhem para o céu e procurem a estrela mais brilhante. E aí lembrem-se de não ter medo de seguir os vossos sonhos. "

E deixou-nos as estrelinhas, pegou na moeda, e seguiu com o seu amigo e o peixe gato, descalços, pelos caminhos da praia.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Les nomades

Vista do barco, Oslo

Seremos nómadas?

"Tudo isso para que Marco Polo pudesse explicar ou imaginar explicar ou ser imaginado explicando ou finalmente conseguir explicar a si mesmo que aquilo que ele procurava estava diante de si, e, mesmo que se tratasse do passado, era um passado que mudava à medida que ele prosseguia a sua viagem, porque o passado do viajante muda de acordo com o itinerário realizado, não o passado recente ao qual cada dia que passa acrescenta um dia, mas um passado mais remoto. Ao chegar a uma nova cidade, o viajante reencontra um passado que não lembrava existir: a surpresa daquilo que você deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos.

Marco entra numa cidade; vê alguém numa praça que vive uma vida ou um instante que poderiam ser seus; ele podia estar no lugar daquele homem se tivesse parado no tempo tanto tempo atrás, ou então se tanto tempo atrás numa encruzilhada tivesse tomado uma estrada em vez de outra e depois de uma longa viagem se encontrasse no lugar daquele homem e naquela praça. Agora, desse passado real ou hipotético, ele está excluído; não pode parar; deve prosseguir até uma outra cidade em que outro passado aguarda por ele, ou algo que talvez fosse um um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa. Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos."


Ítalo Calvino - Cidades Invisíveis

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Suave coisa nenhuma

Desapareci.

Por uns tempos, saí no vento. Vim parar ao lado esquerdo do mundo. Umas últimas férias (será?) para quem passou o ano a correr o globo. Acabo aqui, de chinelo no pé e areia no cabelo.

Suco de acerola, cajá, "melância".
A cidade deserta do calor que estala, que sua.
Poeira vermelha que se levanta nas estradas.
E gente que dorme em colchões no alpendre, do calor que derrete a casa.
Portas abertas e um sambinha que abraça,
assim como os sorrisos
e os olhares que nos reconhecem.
A alegria de ser acarinhada sem esforço.
De viver sem horas,

ao ritmo das marés.

E muitos dias para gastar,
iguais ao ontem mas, ...mas felizes.


(em Pipa)

Ao som de - Secos e molhados - Amor (Conselho da Mariana)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Quem cede, ganha

Santa Cruz

"Quem pensa em ser mais crédulo, se tem medo de ser enganado? Se o mundo é de enganos, por que não deixar que nos façam pirraças e troças? Ninguem quer ser parvo, e é pior: porque para não ser enganado, desonra-se como pessoa de lisura e sinceridade. Há mais cobardes em ser iludidos, do que em ir para a guerra. Quando os simples são afinal os mais poderosos e quem cede, ganha."


Agustina Bessa-Luís (prendinha da Raquel)

Porque me disseste para não deixar de ser "naive" neste mundo. É tão bom ter amigos que nos entendem melhor que nós mesmos...

Ao som de: Cottonflower - Moriarty

domingo, 22 de março de 2009

Reencontros

"Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."
Eugénio de Andrade

Aqui vivo o tempo dos reencontros.

Reecontros que têm a capacidade de despertar em mim todos os sentimentos e viver a dobrar, a triplicar. Feliz, triste, amo, choro, angustio, sorrio.

E entre tardes de sol, caminhos de estacas e barcos,
vento inspirado de cheiro a lodo
cabelos com areia e sal,

troco olhares com amigos antigos, com pessoas novas na minha vida, com coisas que contruí, e reencontro. Brotam conversas e gargalhadas, notas de música e abraços.

Nascem jantares com sabor a mar, fogo e estrelas, aprendem-se novas lições, acorda-se o passado, reflecte-se em acções, mudam-se rumos, traçam-se novos caminhos.

O mundo ainda tem a capacidade de me surpreender com o inesperado, com voltas trocadas aos sonhos.

No, regresso, ficam os reencontros.
Que me batem no coração como espadas,
acordam memórias
E me viram do avesso os sentimentos.
Expondo-me, frágil e rendida, ao meu novo mundo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

É bom...

É bom estar em Portugal (por enquanto)!

Realmente, vivemos num cantinho abençoado.

Esplanadas à beira-mar, sol e cafés. Sabem bem estes dias que se deixam passar...

domingo, 15 de março de 2009

Dias em Troia


Há dias em que o passado nos cai nas mãos, como uma pedra
Há dias de espera,
Há dias que apenas passam como andorinhas,
E que amanhã nem sabem que existiram.

Há dias de sol, mar e gaivotas
Dia de ser a pessoa mais feliz do mundo, e sabê-lo

Há dias de lucidez
E de doce loucura
Dias de espanto
Dias de angústia
Dias de erro
Há dias e dias que constroem
E há dias de procura
Há dias que insistem em voltar, quando já se julgavam apagados
Há dias presentes em nós todos os dias.
E há dias que não acreditamos terem sido dias.

Há dias que apenas vivem no passado
E dias que nunca chegaram ser dias.

Há dias em que fomos reis e rainhas
Há dias de gritarmos o nosso nome bem alto
Há dias em que gritámos o nome de outro alguém.

Há dias de sentar à beira-mar e perder o tempo.
Procurar perguntas no fundo do mar.
Dias de casas azuis e brancas, e cegonhas.
Reencontrar o que se sonhou durante tanto momento.
O meu lugar para pensar.
A minha praia.

Há dias como o de hoje, apenas para ficar.

Há dias como o de hoje,
…compassos de espera entre ingénuas certezas…

domingo, 8 de março de 2009

A música faz-nos chegar mais perto

Quando o mundo em volta parece desabar, quando me sinto velhinha porque apenas me agarro a memórias, quando a escolha me angustia, quando já só sou relexo, quando não pude lutar, quando não pude ficar, estar lá para ajudar, quando penso que não consigo, quando anseio mais e desenho castelos de ar de pináculos e torres tão altas como céu! Quando ainda rodo o globo e aponto o dedo de olhos fechados, para onde irei morar! Quando já vi o pôr do sol. Quando já partilhei, amei, sorri. E é noite, é noite... Mas ainda me deixo ficar... porque não sei do amanhã!

Quando, apenas, não sei mais.... oiço.

e entre mim e todos as lutas humanas, restam umas notas pairando no ar.

Fleet Foxes - Blue Ridge Mountains Obrigada, Laurent, também mudaste :)

http://www.myspace.com/fleetfoxes

sábado, 28 de fevereiro de 2009

As coisas que ficam

Suécia

Do passado, recordo pequenas lições...

"Fazer sempre o que nos apaixona..."

"... encontrar alguém que pense como nós..."

"...estar atento ao instinto..."

"...sorrir."

Do passado, recordo, e penso como amanhã poderei ser melhor...

De quem ainda anda
...um pouco perdida.

Ao som de: Paco de Lucia - Entre dos Aguas

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Changing lifes

Hamburgo

Ela disse-me que eu vivia um parêntesis da minha vida. Talvez seja verdade. Viver deste modo, em pedaços, pequenas realidades. Uma vez escrevi algo sobre um homem que um dia sonhou, acordando sem a conseciência se seria um homem que sonhara ser borboleta ou uma borboleta que sonhara ser homem. Hoje sinto-me assim. Acordando em cenários. Mudando em estações. Mudando vida. Uma irrealidade flutuante.

Cheguei a um cruzamento. Aqui é preciso seguir caminho. Andar por uma estrada que não se medirá em quilómetros, mas em tempo. E no tempo de escolhas, com o mundo ainda à nossa frente, somos enfrentados com dois sentimentos: um sentimento feliz, que nos dá a liberdade que vivemos, e um sentimento de medo da escolha, pois ao escolher, temos que negar todas as outras alternativas.
Até lá vive-se apenas, neste limbo, em pequenos parêntesis. Até a força do coração me abrir os olhos e me mostrar o caminho, entre todas as outras realidades arrastadas pelo tempo.
Ao som de: Hoje não há som... mas embalo-me em recordações...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

De volta

De volta a casa.

De volta aos dias de sol ofuscante, banhando casas coloridas, pedras antigas, esculpidas em arabescos.
Telhas, muros, árvores verdes e flores. Predras da calçada. Os recantos do Bairro, a vista do Adamastor. Pessoas na rua, Carnaval, gente que dança, festa festa festa. O Porto em tons românticos. Luz laranja e cinzenta, cafés indianos e ruas de artistas. Miradouros, tantos miradouros. O Fantasporto. Pessoas que nos abrem a porta como eu tantas vezes abri. Tantos jantares e sorrisos, tanta coisa que quase nem sei onde olho ou com quem falo. Noites quentes, intermináveis. Os cafés à beira mar. Os reenontros, as novidades, os novos planos.

De volta, de volta.

Mas algo mudou.

Os lugares ficaram, as caras mudaram.

E bem por dentro parece que algo mais se derramou, se partiu. Mais um novo pedaço nasceu e se desencaixou. Sou algo que não entendo ainda, tavez perceba no final de todas as coisas. Talvez seja, apenas, um novo ciclo.

Assim, aqui estou, de volta a casa.

Mas... onde é casa?

Ao som de: Mayra Andrade - Lapidu Na Bou

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A meta final...


E assim, passados 8 meses, chego à meta final…

Até aí tinha andado perdida por aqui. Perdida… na Suécia.

É incrível…

Perdermo-nos exige muito. É um desafio bem maior que qualquer caminho traçado. Perdermo-nos… exige a descoberta…

Nos últimos 8 meses optei deliberadamente por me perder pelo mundo. Lançar os dados do acaso e apostar neles meu destino. E hoje sinto que ganhei o prémio maior.

Perdi-me, sim.

Já pensaram? A sensação de nos perdermos é assustadora… Às vezes, sozinhos, temos que nos orientar sem rumo, apenas seguir os nossos instintos. Muitas vezes temos medo, vamos por caminhos errados ou chegamos a becos sem saída… perdemos mais tempo. Mas acabamos por ver as ruas mais bonitas, descobrir coisas que a gente comum não viu. E muitas vezes, forçamo-nos a perguntar o caminho. Falar, comunicar. Descobrir pessoas que nos convidam a conhecê-las. Que nos mostram o seu mundo. Que nos cativam.

Quando nos perdemos descobrimos os pequenos cafés de esquina, os segredos das cidades. Descobrimos coisas e gentes de todas as cores.

E, se ontem cheguei, sozinha e vazia, hoje, dando o caminho maior, aqui chego, à meta final.

Ganhei tanto…

Lá me esperavam cerca 40 pessoas. A minha festa de despedida. Todo o meu mundo concentrado numa sala. Sorrisos de pessoas que me marcaram para sempre, que fizeram de mim uma pessoa mais rica, apenas por as ter. Estou orgulhosa. Orgulhosa por ter a sorte de, um dia, lhes ter perguntado o caminho. Pessoas de todo o mundo, desde a Etiópia ao Iraque, passando por Vietname, Canadá, França, Dinamarca, Argentina! Que mundo! Que sorte! Pessoas que riem apenas por rir. Pessoas sempre sempre positivas. Pessoas empreendedoras, com histórias de sucesso. Pessoas sem medo de sonhar. Pessoas que apenas acalmam com a sua presença, que me deixam feliz por me dizer que está bem ser apenas eu. Pessoas que amo, do fundo do meu coração.

Passados 8 meses, é espantoso o que construí. Um mundo a meu redor, do nada.
Se consegui construir assim, um mundo, valeu a pena cada segundo da minha viagem. Sinceramente, tudo é tão fácil quando se sorri.

A minha festa envolveu muitos abraços, e dança ao som de música de colunas estragadas. Muita comida e bebida. Dançar tango entre a confusão. Francês, Inglês e sueco. Beijos em “família”. E uma sensação de desperdício partilhada com a Isabelle, quando nos apercebemos que durante estes meses deixámos passar o italiano, que é tão bonito e charmoso. Devíamos andar ceguinhas. Ou totós.

A minha festa foi partilha. Uma coisa qualquer que não consigo explicar… Ligações demasiado fortes para serem quebradas com a distância.

6ª feira parto, de malas e bilhete na mão. Tenho medo, é normal. Mas também uma certa paz. A sensação de ter conseguido. A sensação te ter conquistado.

Sou maior.

E “amanhã” espera-me uma tarde de pensamento algures num lugar ao pé do mar. Meu destino é um livro em branco. Devo voltar-me a perder?

Ao som de: Band of Horses - The first Song

domingo, 25 de janeiro de 2009

Glassfabriken


Nas mesas caoticamente organizadas dispõem-se pratos verdes, azuis, migalhas e guardanapos. Dispõem-se, à sua volta, pessoas organizadamente caóticas. Um pequeno mundo alternativo, num país de regras e rigores. As paredes irregulares, os quadros pendurados, os sofás coçados de todas as gentes que por aqui passaram, e uma grande estrela recortada no estuque, lembram-nos um qualquer espírito revolucionário. No ar, trocam-se conversas, entre velas e um ar húmido, e uma cor laranja que nos aquece a alma. E, nos olhos, pensamentos, tantos pensamentos.

À minha frente um casal “left wing”, com 2,5 pequenas meninas, discute, numa conversa instantânea, assuntos de alpinismo e tecnologia. À minha esquerda, grupos de amigos comem, falam ou, apenas, ficam. Ouve-se sueco e inglês. E à minha direita os meus companheiros continuam, fluentemente, a conversa em inglês com o casal “left wing”, tão prestável e simpático.

E assim se vive um domingo, neste lugar já tão comum e tão meu. Em mim resta um cansaço que me percorre o espírito como um suspiro e uma vontade de não falar, de não pensar, mas, tanta, de partilhar. De deixar que vida flua como o dia que corre, sem planos nem projectos, sem jogos nem estratégias, apenas com uma paz… a paz silenciosa de uma tarde de domingo.

No número 16 da rua "Kristianstadsgatan", como em tantas outras ruas por tantas outras cidades deste mundo, vivemos um momento. Uma coisa qualquer sem importância. Mas entre nós, com importância, atamos laços que ficam, e lições que se aprendem… Fluentemente, como o dia que passa, sem sequer perceber, construímo-nos, aprendemos, crescemos… E, seremos, no amanhã do dia que passa, um reflexo silencioso desta tarde de domingo…

Ao som de: The undertones - Teenage Kiks

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Eterna Inocência


"Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."

Alberto Caeiro - O meu olhar (ainda mais especial porque me mandaste ...)

Por aqui, nem há palavras, nem imagens, nem pensamentos. Com o aproximar da partida chegam todas as emoções num turbilhão...

Choro quando quero rir, e rio sem perceber, e amo sem querer, e abraço e fico e perco-me e olho para todas estas pessoas, as ligações que fiz, todos os dias e todos os momentos. Tudo. A correr na minha memória num segundo.

Assim se vivem os últimos dias desta aventura.

Mas, terá terminado? Ou será apenas...

...o início?

"Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O único pecado


"...existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simples mente uma variação do roubo.

— Quando você mata um homem, está roubando uma vida — disse baba.— Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai.

Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade.

Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça.

— Não há acto mais infame do que roubar, Amir — prosseguiu ele. — Um homem que se apropria do que não é seu, seja uma vida ou uma fatia de naan... Cuspo nesse homem..."

Khaled Hosseini "The Kite Runner"


O 2009 começou com um desiquilíbrio na ordem natural das coisas. Um desiquilíbrio que interrompe um passeio normal na rua, uma confiança ingénua numa segurança falsa nas ruas de uma cidade falsamente segura. Um desiquilíbrio tão mínimo, tão suficiente para lançar o caos.

Queria eu acreditar que podemos confiar em todas as pessoas do mundo.

Mas, se há aqueles que roubam, há também os que nos ajudam a levantar, os que nos estendem a mão, os que anseiam para que tudo se solucione.

E, enquanto isto me passou pela pele, de raspão, oiço histórias de quem o possa ter vivido de uma forma assustadora.

Daqui, os meus grandes desejos para que tudo volte a ser
como era...
Ao som de: Grizzly Man - Rockettothesky

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Style sueco!

Se há algo que adoro nos suecos é este estilo louco. Para compensar um ambiente e personalidade mais reservadas, é interessante ver tanta exuberância.

Óculos de massa, franjas, roupas de boneca, lenços, misturas, xadrez, saias balão pela cintura, roupa em segunda mão...
Observem o slyle alternativo sueco:
Quero uns óculos iguais aos dela!...
... estilo lenhador-geek...

... o bigode está na moda... Também na foto, os típicos óculos suecos...

E, por aqui, continuarei a minha demanda de tirar fotos (in) discretas às pessoas inocentes por ruas e clubes de Malmö.


E, para ambientar, uma banda francesa/norueguesa ouvida num concerto nas noites de Debaser, em Malmö. Ei-los,

The Do:


Inverno em Malmö


Há muito a neve derreteu...
Mas não significa que o frio acalmou. Na verdade, este mar cinzento e tempestuoso não deixa que o clima páre... envia rajadas de vento húmido e gelado, destruindo, o equilíbrio que nos traria um pouco mais de branco, e o céu mais azul.
Sair à rua? Só para ir do ponto A ao B. A correr. E é o suficiente para nos paralisar a cara, nos gelar os dedos, os ossos, as orelhas. Para nos penetrar em cada poro da pele.
Nas ruas não há vivalma. Malmö parece ter-se transformado numa cidade fantasma. Os cafés e bares fecham mais cedo, horário de inverno. 6 da tarde e já se torna difícil encontrar cantinho para a nossa fika. Acabaram os concertos, os seminários, os festivais, a cultura.
Como um animal, a cidade hiberna.
E dentro de cada casa, das nossas tocas, nos recolhemos.
Quentes e quietos, à espera de um primeiro raio de sol...
Ao som de: Bella - Angus & Julia Stone (mais uma bela descoberta musical)

sábado, 10 de janeiro de 2009

O meu dia de Natal

Amanhecer na praia... e anoitecer pelas ruas em brisa de Verão... Passear de chinela no pé e biquini, jantar lagosta, dançar até já não haver mais ninguém ao nosso redor... acabar a noite a cantar bem alto o hino e todas as músicas de Portugal. Cantar músicas de Natal entre palmeiras e areia... trocar presentes numa tasca sem paredes, num dos cantos da cidade, com muita cerveja sevida em canecas de latão, entre portugueses, suecos, brasileiros... presentes vindos de todos os recantos do mundo... ser diferente mas, ser familiar... partilhar esse momento com as pessoas mais improváveis do mundo... Um gosto que me adoça a boca, um calor peganhento... tão longe, tão longe...

O meu dia de Natal... vivido no outro lado do mundo...
As belas cabaninhas (6 euros por noite, por cabana!!!)


Vindos de um passeio pela ilha

Em vez do peruzinho vai um tubarão-martelo... tadinho!


Um dos poucos vestígios de Natal... Mães Natal!!!


...e o amanhecer, de novo.
Mais tarde... a despedida de Koh Samui...

Ao som de: Russian Red - No Past Land

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Quero ficar aqui para sempre!!!

... deve ter sido a frase que mais disse nesses dias! Sempre que chegava a um sítio novo, sempre que pensava que já tinha visto tudo, a coisa mais bela, econtrava um lugar ainda mais impressionante. Quase penso que não mereço ver coisas tão bonitas.
Ora, largando a poesia, cá me explico. Se Maomé não vai à Montanha, a Montanha vai a Maomé. Se não me atribuem um destino de sonho no INOV, eu vou ter com esse destino de sonho. Assim, de impulso, troquei as minhas férias de Natal em Portugal por umas férias indescritíveis com a malta contacto e muito mais por terras do oriente. É preciso ousar! E perder a cabeça, por momentos!

Quase não tenho fotos. Muita coisa ficou só na minha memória, muita coisa nas câmaras fotográficas de outras pessoas, que irei colocando aqui sempre que possível. Por enquanto deixo-vos um por do sol em Aonang Beach, em Krabi. Uma das paragens do nosso percurso pela Tailândia. Sem destino, sem planos... apenas deixando-nos levar...

No autocarro, atravessando a Tailândia... de Koh Samui a Krabi








Tão bom.. é tão bom...
Ao som de: OLGA - Sol Mayor

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A aventura...

Ousei partir, de impulso.

Fiz as malas, inspirei fundo e pensei: "devo ser louca".

Saí porta fora.

À minha espera, a aventura...


(Aos meus amigos e família, desculpem esta minha ausência... vou em breve tirar muito tempo para encher este blog de fotos. Por enquanto vou tentando encaixar de novo os meus ritmos a este andar Sueco... )


E a aventura? Valeu a pena? Vale sempre a pena...

Até já!

Ao som de: Jailer - Asa