sábado, 27 de junho de 2009

Aqui nasceu a côr Azul

... entre a serra da Arrábia e o rio...

Imagens da minha terra, para ficarem a conhecer. É bom estar em casa também.

Convento da Arrábida

Praia dos Coelhos

Vai uma visita?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os enraizados

foto em Olhares
Somos feitos de sal, somos feitos de terra. Tão rudes, em pregas, em rugas. Nos pés: raízes e calos, nas mãos: ramos e cascas. Somos nós, feitos de mar. (Observo as gentes que passam: um homem carregando enxadas, outro percorrendo a estrada de bicicleta, lá ao fundo um tractor, e uma mulher levantando um pesado carrinho de mão com hortaliças – são todos velhos). Somos todos velhos. Nascemos com 1000 anos. Com a idade das pedras das igrejas. Mas, tal como as pedras, resistimos aos séculos. O homem tem mais força, a espinha mais robusta, os braços mais duros, que qualquer jovem de agora. A sua pele é já cabedal. Os olhos são mais pequenos e fechados, contra o vento e a chuva.

São os enraizados. Aprenderam, há muito tempo, a ser mais parecidos com as árvores que com as aves. Aprenderam a olhar para baixo, a ser escuros, mas, ainda assim, ser os grandes senhores desta terra. A tristeza não os deita abaixo, a solidão não os leva. Parecem aceitar todas as leis da vida como as leis da natureza. Como a chuva e o sol. E, de certa forma, isso parece conceder-lhes mais respeito do mundo que eu alguma vez possa receber.

Depois, vem a nossa geração, a seguinte: As gaivotas. Descolamos da terra e vivemos só para nós. Preocupamo-nos com todas as ninharias. Voamos bem alto, longe da realidade, apesar de acreditarmos que vemos mais. Somos todos, sempre, jovens. No entanto, por vezes, duvido da nossa força para enfrentar o mundo,

quando vejo aquela velhinha a passar na estrada, carregando um grosso fardo de hortaliças.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

João Gilberto

Hoje ouve-se...



Um dos meus ídolos desde pequenina. As suas músicas têm das letras mais bonitas que alguma vez ouvi, e a capacidade de me transportar no tempo, no espaço, nas emoções.

Apetece uma noite de Verão, um terraço, uma caipirinha, uma boa companhia.

Apetece-me... ai!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tingsek

Hoje ouve-se...

Tingsek:


É de Lund, uma vila linda pertinho de Malmö, onde fica a universidade mais antiga da escandinávia.

No vídeo, Malmö! A estação de comboios e o autocarro que eu tantas vezes costumava apanhar... engraçado, hein?

Paixão

Fim de tarde em Estocolmo...

Andamos pelo mundo, correctos, ordenados, previstos.
E aí, vem a paixão, e tira o sentido a todas as coisas.

Ou será que... dá sentido?

"(...) A tua e a minha ausência , disfarçou o vaticínio e fez com que
repudiássemos, repelíssemos, arredássemos
e foi então que negámos, magoámos, esquecemos.
mas na certeza sempre, que trouxeste a magia no teu olhar."

de Bruno Zimmer


Ao som de: Micah P. Hinson - Dont you forget

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que haverá em comum...

... entre estes indivíduos?

Foto tirada depois de um fim de semana inteiro a tentar apanhar a Sueca.

E outra pergunta pertinente: Mas afinal quem é a Sueca?

Gostei de estar convosco! É bom saber que algo ficou desta aventura...

domingo, 14 de junho de 2009

Andrew Bird

Um pouco viciada...




Esteve cá.... e não o fui ver o garoto! :(

sábado, 13 de junho de 2009

Santo António


Faz um ano que ali estive com elas, e ontem, convosco. Na rua das Laranjeiras. Com uma cerveja na mão e Bob Marley no ouvido, no ar o fumo e as cinzas, cheiro a sardinha e mangericos.

E depois, um jantar me faz sentir que, por muitos anos que passem, há algo que vai permanecer para sempre igual. Até era capaz de acreditar que, pelo menos durante essas horas do dia 12 de Junho, iremos ter eternamente 20 anos.

Da rua da Bica à Graça, sobe sobe, pára, bebe, canta, sorri, encontra, desencontra, suspira, dança.

E não queria estar em mais lado algum a não ser ali.

Na minha imperfeita Lisboa. Vivida, suada, pintada de todas as cores.
Na minha apaixonada Lisboa...



Ah... e... o grandioso final:



sábado, 6 de junho de 2009

Sobrevivo


Nos dias passados e futuros a minha casa é este edifício que me viu crescer durante 5 anos. Finco pé nas obrigações há muito adiadas. É tempo de acabar, e seguir em frente. Contos e contas. Uma experiência já distante, há muito tempo, Singapura.
Agora é preciso tranpor o deslumbramento de um primeiro passeio no porto numa tarde solarenga, o Esplanade: a grande casa de ópera em forma de durian (um fruto grande e malcheirosos, proibido em quase todos os lugares do país), os centros comerciais intermináeis, as coisas e coisas imitadas, fabricadas (uma floresta tropical fabricada!), o clima quente e húmido, as nossas noites de música ao ar livre, numa esplanada entrelaçada em lianas, os cheiros peganhentos a fruta, a pequena Índia, o bairro árabe ...em números e conclusões económicas.

Uma tese sobre o sistema de saúde deste país tão estranho em todas as suas coisas, tão exótico, tão ocidental, tão cópia, tão incrível.

Sobrevivo aqui agora, neste espaço de luzes néon.

Mas, se fechar os olhos, ainda lhe consigo sentir o cheiro...

Ao som de: Fleet Foxes - He doesn't know why

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A lembrar a sintonia

Essa Sintonia.

Seria capaz de acreditar que todas as leis do universo conspiraram para que, no mesmo segundo milimétrico do tempo, entedêssemos o mesmo. Uma nova lei de telepatia, que atravessa fronteiras e todas as velocidades, todos os comprimetnos de onda, todas as regras do tempo.

Sintonia é entender-me através de alguém. Sem falar, já ouvi a resposta. Sintonia é o telefone que toca quando eu precisava. É a pergunta certa que me acorda para o mundo, são experiências tão iguais, partilhadas, vividas em lugares tão distantes. Sintonia é o cruzar de vidas como pólos de íman, uma atração instantânea. Gente e gente que se une na mesma frequência.

Numa manhã bem quente, o Adamstor e um café. O rio Azul, Azul. As perguntas de sempre. Mas hoje, sintonia. Hoje todo o universo encaixou para me responder. Até agora tinha estado à espera.

Faz um ano toda esta experiência. A melhor prenda que tive foi a sintonia. Entre a terra, o coração, os amigos.

O segredo da felicidade!