sábado, 20 de dezembro de 2008

É noite...

É noite e estou em meu quarto... a meia luz... a ouvir... apenas a ouvir... e a pensar com saudade em todas as coisas maravilhosas que se cruzaram em meu caminho... em tudo o que ganhei até agora... em tudo o que está para vir...

Deixo-me levar por cada nota de música e sou feliz... melancolicamente feliz...



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Esta é para a Mamã II

"És tão parecida com a minha mãe!", diz-me ele. Aquela minha curiosidade. O facto de, quando tenho a máquina fotográfica na mão, tirar mil fotos à mesma paisagem. O facto de eu ficar para trás, especada, fascinada, a olhar para uma coisa qualquer. O facto de eu ser gulosa, e louca por chocolate. E de querer provar tudo, e lamber os lábios no fim, deliciada.

Tropeço e deslizo, desajeitada, na sua direcção.

"Anda cá! Vamos tirar uma foto para mostrar à Mamã! Só nós dois." Diz-me ele naquele seu jeito que me já é tão familiar. O meu amigo David. O meu sábio conselheiro na arte de viver, amar, crescer, partilhar: cultura, música e leitura, e no grande desafio de me tornar "suficientemente alternativa"!

E aqui ficou:



Ao som de:


Sérgio Godinho - A Noite Passada

É desta que tenho um comentário, David? Hein?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Esta é para a Mamã


Dizes que as pessoas têm uma energia, uma aura. Dizes que a consegues sentir na sua presença.
Dizes que entendes o mundo à tua maneira, mas tens a visão que te dá o dom de materializar os sonhos. Dizes que não consegues e choras, e precupas-te tanto com ninharias. Mas tens a força para levantar um gigante. E dizes que não te consegues calar. Que preferes dizer e atingir o coração como quem esmurra um estômago que viver de alma branda e vazia. Tudo ou nada. Dizes para eu partir quando queres que fique. E calas-te só porque sabes que eu hoje me quero calar. E eu sei o quanto te custa.

(E sei também que vais chorar a ler isto, como choras a ler qualquer parvoíce que eu escreva)

Hoje passei por aqui e ouvi esta canção. É para ti, porque tenho saudades tuas:



Cat Stevens - Peace Train


(e se há alguém com uma aura especial, então será este grande senhor. Também ele me deixa apaixonada!)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Terramoto em Malmö

Hoje, às 6h22 da manhã, a terra tremeu.

"Southern Sweden was rocked by an earthquake early Tuesday morning which caused a flood of phone calls to emergency services operators from alarmed residents.
Seismologists in Sweden estimate the quake’s epicentre was located 18 kilometres underground, beneath a point about one kilometre east from Malmö’s Sturup Airport, located about 30 kilometres east of the city. According to the US Geological Survey, the earthquake had a magnitude of 4.7, which would make it the strongest earthquake to hit Sweden in more than 100 years."

in The Local

Eu, que estava na minha caminha, acordo entre o sonho e a realidade e sinto tudo a balançar. Na verdade hoje de manhã nem sabia se era realidade. Na altura em que milhares de pessoas entravam em pânico lembro-me de pensar que me estava a saber mesmo bem aquele embalo, senti-me uma criança, de novo no berço. Depois, a terra parou de tremer. Eu fechei os olhos, virei-me para o lado, e continuei a dormir.

E assim foi o meu primeiro terramoto! :)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Swedish way!

Com este post inicio uma sequência de descrições dedicadas ao estilo Sueco. Para que tentem perceber este modo de vida, este ritmo, esta visão tão diferente do mundo.

Bem ou mal, ou apenas diferente...

A abertura sueca: Os Suecos gostam de se afirmar como livres de quaisquer preconceitos ou tabus. Cada um tem o seu espaço, a sua vida... e o direito de tomar as suas decisões sem a pressão de ser julgado pela sociedade. Existe um respeito pela liberdade individual. Nós, os latinos, muitas vezes colocamos pressão em coisas insignificantes, e tanto sentimento de culpa e procura de identidade poderia ser evitado se aprendêssemos um pouco com esta visão.

Deixo-vos um anúncio de uma marca de roupa sueca: Björn Borg, para perceberem o nível de abertura. Gostaria de ver as reacções se isto passasse em Portugal. E, no fundo, até acho bem bonito. Temos lições a retirar?

É Natal!


É Natal em Malmö! Não haverá terra no Mundo onde se viva e respire Natal tão intensamente. Já diz a lenda que o pai Natal é sueco... pelo menos por este lados...
O fim de semana correu tão depressa que me pareceu uma tarde... E como o tempo me foge deixo só um resumo destes dias agitados:
  • A minha bike foi roubada!!!! :( Estou tão triste... MAS:
  • Passeei nas ruas agitadas da cidade e nos mercadinhos de Natal;
  • Vi as Luzes e magia Natalícia;
  • Cheirei o Natal nos pinheiros;
  • Bebi muito Glögg;
  • Fui patinar no gelo;
  • Conheci gente nova;
  • Vi a Santa Lúcia (grande tradição Sueca);
  • Resolvi fazer franja a mim mesma com uma tesoura de cortar papel (!);
  • Tive uma doce tarde de bolos de Natal suecos e Música no Coração;
  • Acabei com uma festa de Natal na escola de Sommeliers, que esperava ser aborrecida, mas onde acabei por encontrar um grupo de gente maravilhosa e bêbeda (!)
  • E... no meio de isto tudo... irei agora arrancar uns momentos ao tempo para trabalhar e organizar a minha vida...

É difícil... tanta agitação e burburinho... e só me apetece estar com toda esta gente... agradecer esta nostalgia quente... abraçar e desejar bom natal a quem passa no caminho! E umas saudades enormes da minha família!

Um beijinho a todos e bom Natal!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Da minha janela...


"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver."
Alberto Caeiro - em "Guardador de Rebalhos"
E na minha vida já tive tantas aldeias... tantas janelas...
Janelas de Saudade, de mar e rio, pinheiros mansos e barcos; janelas de montes, castelos e sobreiros; janelas para os telhados da cidade grande; janelas de lagos e ruas de tijolo; e, mesmo, até, janelas de florestas densa, colibris e saguins...
Agora, esta é a minha janela, que me abre os olhos para a rua e as folhas das árvores, onde vejo as estações mudar nas cores dos seus ramos...
Que vês da tua?
Ao som de: Eva Cassidy - Kathy's Song

O meu amigo OSAMA

É do Iraque e chama-se OSAMA.

Conseguem imaginar? Acho que não. Mas este vídeo diz tudo:



HAHHAA!!!!

A Suécia não seria a mesma sem ele :)

Ao som de: Sérgio Godinho - Com um brilhozinho nos olhos

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Hoje sinto-me assim II...

Hoje só me apetece....

...abraçar!


Fausto Bordalo Dias - Todo este Céu

Porque, quando nos encontramos assim, tão longe, só nós, um abraço pode bastar para nos mudar o mundo...

(e as minhas enormes desculpas por andar sempre tão sonhadora... prometo ser mais realista/descritiva nos próximos posts)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Hoje sinto-me assim...

casal em Hamburgo
Hoje apetece-me ouvir a Mafaldinha.

Já está uma pouco batido, é vulgar e tal...

Mas hoje... sou eu:

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Milão: reflexão


Fui a Milão no fim de semana, ficam alguns pensamentos escritos durante a viagem...

A partida
Ainda nem saí do aeroporto e já consigo cheirar esse espírito latino. Está a nevar em Milão: voo atrasado 3 horas. Três preciosas horas das 43 que lá iria passar. Restam-me 40 agora. Preciso de bebê-las, saboreá-las a cada minuto. Absorver tudo, tudo o que conseguir.

Porque, enquanto esperava, me apercebi para onde ia. Ia para sul. E as saudades apertam tanto de um sítio que não conheço mas que é o mais próximo que posso chamar de casa.

Ao chegar à porta de embarque começo a reviver memórias. A língua, provavelmente uma das mais belas do mundo. Língua que partilha as mesmas origens que a minha e que me faz reconhecer-lhe as palavras. Um latim atemporal, uma herança originada há centenas de anos e que hoje me derrete o coração de saudade.
Cabelos negros, palavras soltas, sorrisos despreocupados, olhares, pessoas bonitas… …homens bonitos.

Desculpem-me os nórdicos, e todos os suecos. Há qualquer coisa de mais encantador nos povos latinos.

Será a nossa visão de beleza? Serão as palavras? Será algo mais misteriosos e mais profundo detrás de cada olhar?

Será porque, a cada momento, acreditamos viver mais felizes, com um pouco menos de ordem, um pouco mais de sonho e de poesia? E mais coração?

Mal consigo esperar…



O regresso
A minha viagem a Milão foi uma viagem de reflexão, de pensamento, quase espiritual, comparável a um retiro nos templos mais recônditos.

Nas suas ruas, nas suas gentes, nos sorrisos e olhares, nos abraços e um carinho especial, maternal a cada gesto, descobri motivos para pensar em coisas maiores. Os meus valores. A minha identidade.

O que senti por esta terra foi uma nostalgia tão grande, uma saudade, sem nunca antes a ter pisado. Incrível. Senti-me em casa num lugar distante.

Aqui encontrei os mesmos laços fortes que tenho em Portugal, os amigos, a família, as relações. Os cafés, os cafés!!! A comida! A vida de um bar qualquer. Os pequenos prazeres da vida. Diferentes prioridades, o coração em detrimento do conforto.

Pessoas que vivem como eu sempre aprendi a viver, e dão valor à sua existência em função dos outros. Tinha-me esquecido. Desta familiaridade, dos dias todos iguais, suporte que nos estabiliza.

E porquê pensar nos outros? Porque não vivemos sozinhos neste mundo, e o nosso espaço não só nos pertence.

Fiquei a rebentar de nostalgia, com um qualquer almoço de família de sábado com pais, filhos, netos. Apenas um dia qualquer, mas saber, por isso mesmo, que aqui as relações duram para sempre. E é do meu sangue a parte do sangue que nos ouve.


Sim. Lembrei-me dos meus valores essenciais, afirmei-os.

E sinto-me orgulhosa das minhas raízes.


...em breve o entretanto...

Ao som de: Mafalda Veiga - Ouve-se o mar

Latinos

Tenho saudades das gentes latinas.

Do seu fogo no sangue e na alma... paixão.