quarta-feira, 20 de maio de 2009

Viaja...

"Viaja dentro de ti mesmo, e lembra-te que lá estiveste."
Provérbio Finlandês

Fazemos planos, tantos planos...

"A vida não é uma fotografia, em que preparamos as coisas para que fiquem bem e em seguida fixamos uma imagem para a posterioridade; é um processo sujo, desordenado, rápido, cheio de imprevistos. A única coisa certa é que tudo muda.”

Isabel Allende - A soma dos dias

domingo, 17 de maio de 2009

Sê todo em cada coisa

"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive."
Fernando Pessoa

Ontem dei por mim a andar nas ruas e a olhar para cima. Talvez tenha sido isso que se tranformou, a minha forma de ver. E ao descer a rua descobri que morava bem pertinho da casa onde nasceu o Marquês de Pombal.

Foi assim que , apesar de uma certa melancolia de não estar em outro lado qualquer, deixei que Lisboa se abrisse com as suas tardes de sol e rio, praças e ruas cheias de gente. Abri o mapa e vi o que acontecia. Concertos, desfiles, exposições. Um pulinho no museu do Chiado, um desfile de moda no São Carlos, comprar um Livro na casa do Fernando Pessoa, falar com pessoas na rua, rever amigos, jantar na esplanada, correr a calçada.

E assim o meu dia encheu-se de pequeninas coisas. Ao terminar, passo por uma parede com essa frase do Fernando Pessoa, talvez um conselho, talvez seja a altura de parar de questionar, e começar a tentar...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tête à tête

Malmö

"Não é o sol que me aquece.”, disse-me ela. Já tinha pensado nisso, era mais uma coisa que tínhamos em comum. O facto de termos, noutros tempos, em outros lugares, partilhado algo. Pelo facto de termos existido algures noutra realidade que parece um sonho, e agora, aqui, voltadas, regressadas, inesperadamente mudadas. E numa tarde de café, esta conversa comum, entre decisões inconscientes que nos transformam o rumo da vida em segundos. Em Lisboa, um sol ofuscante, um dia quente de início de Primavera, o parque do Estádio Universitário com árvores verdes e cheiro a ervas estaladas do sol. Não queremos estar aqui. Lembramo-nos de uma outra inocência, uma alegria e vivências autênticas. Os nossos instintos mais primordiais, mais despertos, os olhos mais brilhantes, e atentos. E achamos que as ruas de Copenhaga num dia de chuva eram mais coloridas que este parque ofuscado pelo sol. Não entendemos o nosso fado: o privilégio de estar, nesta altura, no cantinho mais abençoado do mundo, e ainda assim querer trocar tudo por um dia de chuva, um dia de neve, e meses e meses sem a luz do sol. " Não é o sol que me aquece". É verdade. E hoje, medem-se os sacrifícios, traçam-se planos, pondera-se entre o passado e o desconhecido, reconhecemo-nos uma na outra e percebemos que, cá dentro, houve algo que mudou, e voltámos com mais uma característica: a capacidade de aquecer com o gelo.


…à Ângela.