terça-feira, 27 de abril de 2010

BERLIIIIIIIIIIIIIM!!!!

Fui a Berlim!

A última vez que tinha passado por lá apenas conheci o aeroporto... Tinha 2 anos, o muro ainda estava de pé e eu estive no east side! Yeah!

Hoje Berlim é uma nova cidade, um novo mundo. Berlim é um livro aberto onde a história ainda é viva, ainda se ouvem gritos de dor e de liberdade, e onde agora nascem novos sorrisos. Porque todos querem tornar a cidade agradável e feliz, mas é impossível caminhar sem perceber que todos os belos edifícios estiveram outrora destruídos, que antes exitiu um muro que separou dois mundos e que agora atravessamos livremente... tanta dor e guerras sem sentido. Cicatrizes pela cidade.

Berlim é o que tanto gostei de chamar de "porcaria artística" (perdoem-me a expressão). Existe algo de arte entre o caos, grafittis, as pinturas de parede, os prédios de ocupas, as pedras quebradas. A arte de Berlim é uma mistura entre alegria, libertação e agressividade, rancor!
Assim como as gentes...

Adorei, soube-me a pouco. A "C12 de Berlim" foi impecável!

De Berlim ficam as memórias das ruas, da noite, dos turcos, da ponte para onde toda a gente vai à noite beber cerveja, da história, do fotomaton da rua de Varsóvia (não me lembro como se diz isto em alemão)...

E ficam as bolhas nos pés...






Ao som de - "Mission - Dispach"

Ainda recordando Sines

Ainda recordando o maravilhoso festival de músicas do mundo de Sines... Tive que ir a Portugal a em Julho, e aproveitei para marcar na data do festival.


Hoje deparei-me com um textinho, escrito em casa, depois do regresso de Sines, de muita música, suor e insónias... A Suécia à minha espera, a um dia de regresso. Eu ainda em fase de negação... Mal sabia o que me esperava.
Fica aqui, para recordar:

"27 de Julho - Troia

Tenho sal na pele
Poeira no corpo
E restos da noite colados em mim…

Talvez devesse lavar estas marcas, ficar limpa e perfumada.
Mas recuso-me.

O meu suor amolece-me os poros e prende os grãos de areia, colados numa noite de luar… Os pés sujos e arranhados - foram-no porque dancei sem amarras com braços erguidos ao vento. E a poeira veio trazida de todos os lugares, embalando lendas, saudades e cheiros…

Eu aqui me fico, a pensar. Toda a sujidade me acaricia como um regaço. Morna e macia, traz a saudade.

Trago esta essência de liberdade colada a mim. Esfrego as mãos na cara para cheirar a saudade, passo dedos pelos cabelos para desembaraçar sonhos. Inspiro-me… para perceber… se ainda me lembro… ou para prender tudo a mim para sempre. Pois estas emoções são grandes de mais para caberem só em meus olhos! E a liberdade não é limpa! É a comunhão com todos os elementos deixados em nós!!!

Ao lado de mim, água limpa.
Lavar o corpo, lavar a alma, lavar a vida. Preparar para outra noite, outro dia, outra etapa.
Deixar para trás…

Ainda hesito. Ainda recuso!

É cedo demais para lavar os sonhos…"



Ao som de: Nijdaay - Orchestra Baobab