"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver."
Alberto Caeiro - em "Guardador de Rebalhos"
E na minha vida já tive tantas aldeias... tantas janelas...
Janelas de Saudade, de mar e rio, pinheiros mansos e barcos; janelas de montes, castelos e sobreiros; janelas para os telhados da cidade grande; janelas de lagos e ruas de tijolo; e, mesmo, até, janelas de florestas densa, colibris e saguins...
Agora, esta é a minha janela, que me abre os olhos para a rua e as folhas das árvores, onde vejo as estações mudar nas cores dos seus ramos...
Que vês da tua?
Ao som de: Eva Cassidy - Kathy's Song